28.11.05

Para onde vai o seu destino?

Varrendo o chão da rodoviária, a garota achou um bilhete, uma passagem de ida para a cidade grande, alguém deixara cair. As duas que moravam dentro dela, a destemida e a segura, olharam o futuro naquele pequeno pedaço de papel. A destemida largou a vassoura e correu para casa, uma hora era todo o tempo de que precisava para fazer sua bolsa. Viu, pela janela do ônibus, ficar para trás de si o mundinho sem progresso. Lavou pratos para comer, forrou camas para dormir, guardou carros para pegar ônibus, limpou a biblioteca de um doutor para poder estudar. Um dia, a destemida, agora cansada de comer nos restaurantes finos, enfadada de dormir na cama dos mais variados hotéis de luxo, pegou seu carro conversível e foi visitar a si mesma na cidade do interior, já que o marido estava viajando para um congresso e ela não perderia suas férias em casa. Logo que desceu na rodoviária, avistou a outra, a segura, varrendo o mesmo chão onde um dia tinha achado um bilhete que vendera, às pressas. Com o dinheiro comprara uma velha TV preto e branco, de onde via pela novela cenas da cidade. Suspirava imaginando como seria viver naquele mundão de Deus. Mas não tinha do que reclamar,estava segura: arroz-feijão na panela, marido pedreiro, que nunca esquecia de mandar o dinheiro do leite das crianças. Elas se olharam fixamente. A destemida perguntou se ela não tinha vontade de sair dali, poderia dar-lhe um emprego, quem sabe... A segura disse que não, que era melhor não trocar o certo pelo que é duvidoso e voltou para seu chão. Talvez, nunca as duas entendam as razões da outra, mas cada uma escolheu até onde podiam ir.

p.s: Nós que amamos um militar vivemos fazendo escolhas. E como é necessário coragem...
Beijos, meninas

22.11.05

Um amor sem igual

Sinto que te amo,Mas não mais que ontem,Não menos que amanhã..Te amo sem igual..<br />
Sinto que te amo,
Mas não mais que ontem,
Não menos que amanhã..
Te amo sem igual..
Um amor tão intenso que ao cruzar dos olhos,
Os corpos se atraem, se encontram..
Um amor tão forte que não se deixa esquecer,
Um amor verdadeiro,
amor primeiro
Que não tem olhos pra cor,
Que só tem olhos para o próprio amor,
Um amor que aceita diferença,
Que permite erros,
Um amor que o tempo não apagou...
Que a dor não curou...
Que a distância não deixou esquecer
Amor que não acaba,
Que não se deixa acabar.
Amor com vida própria,
Amor que dói, amor que faz sofrer,
Amor que não volta, Mas que está sempre presente
Amor incondicional, amor de lembranças..
Amor que faz chorar, amor que faz sorrir...
Te amo sem motivo,
Te amo por todos os motivos...
Amor que se contenta com pouco,
Amor submisso, amor sincero,
Amor que deseja você,
Viver com você, amar com você,
Amar você, viver você.

[poesia enviada por Aninha, que escreveu para seu namorado que está no 3°ano da AMAN]
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15.11.05

A parte que falta

A felicidade é uma mesa de três pés, há sempre uma pendência. Equilíbrio total, todos os lados funcionando, nadinha pra reclamar? Impossível. A vida não teria a mínima credibilidade sem o pedaço que falta.
Lá vai ela, toda segura com seu casaquinho Chanel, comandar mais uma reunião da empresa, a superprofissional, mulher independente, decidida, bonita, bem-resolvida, com saldo invejável no banco, amigos diversos, saúde pra dar e vender. Ela é razoavelmente feliz. Seria estupidamente feliz se tivesse um cara esperando por ela em casa pra fazer uma massagem nos pés e dividir uma pizza. Está sem namorado desde antes de Cristo.
Que tal aquele garotão ali, não estará avulso, disponível? Não, não estará. O garotão sarado tem uma namorada linda, eles correm no calçadão todas as manhãs, parecem um casal de propaganda de leite desnatado, e não pense que são dois descerebrados: são inteligentes, belos, saudáveis, possuem um bom papo, estão de bem com a vida, adoram viajar pra Europa, comprar livros de arte e alugar DVDs. Mas não têm feito nada disso, correm no calçadão porque é de graça, nunca estiveram tão duros.
Ela, arquiteta, está sem um projeto há cinco meses. Ele, engenheiro e igualmente desempregado, tem segurado a barra dando aula particular de italiano. Sabe quantas pessoas estão a fim de aprender italiano? Aquela senhora ali quer. Está doente para aprender italiano. Já se aposentou, os filhos estão bem criados e distribuídos pelo mundo, e o marido segue na ativa em todos os sentidos. Ela nunca se sentiu tão linda depois que fez vários reparos faciais e vive num megaapartamento com vista para todo o azul e todo o verde da cidade, e o tempo que lhe sobra é igualmente escancarado: está lhe faltando um compromisso, uma ocupação, um sentido pra vida. Aprender italiano, fazer origami, um curso de roteiros, alguém lhe dê uma idéia que a deixe mais do que razoavelmente feliz, que a deixe insuportavelmente feliz.
"Vendem-se idéias", está no anúncio da agência de publicidade cujo dono é aquele sujeito ali bem de grana, bem de mulher, bem-realizado no ofício que escolheu, até meio famosinho por conta dos prêmios que abocanhou. Mas ele acorda com dores lombares, tem tido uns acessos de tosse, está com os dias contados, é no que pensa dia e noite, o coitado. Não adianta o médico dizer que sua saúde está perfeita e que vai chegar inteiraço aos 100 anos, ele se sente condenado, vive e ama como se não houvesse amanhã, igualzinho à música do Renato Russo.
O cara vive razoavelmente feliz suas 24 horas de cada vez, mas seria diabolicamente feliz sem a hipocondria, sem as palpitações que não acusam nada além de ansiedade. A felicidade é uma mesa de três pés, há sempre uma pendência. Equilíbrio total, todos os lados funcionando, nadinha pra reclamar? Impossível. A vida não teria a mínima credibilidade sem o pedaço que falta.
[Martha Medeiros]
Beijos, meninas!
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13.11.05

Unidos pelo mesmo sonho

Os meus sonhos se tornaram tão seus quanto os seus meus O que falar sobre o que eu sinto por você?
É uma mistura delicada de sentimentos que me envolve
É dor, é saudade, é amor e cumplicidade
A certeza de que te quero é tão real quanto a gravidade que existe
É tão absurda e tão grande!

Os anos só multiplicam o que sinto por você
O tempo não apaga nossos momentos
E a distancia só fortifica...
Os serviços me deixam maluca
E meu coração se deixa angustiar
Mas quando eu sei que vai chegar
Meu coração bate apressado por saber que vai te encontrar
E quando as horas não passam é por que está distante de mim
Ele fica tão apertadinho.
Tenho pena do meu coração por que sofre
E orgulho por que a capacidade de amar dele é tão grande
Que é zeloso, cuidadoso...sabe te esperar e sabe deixar você partir.
Os meus sonhos se tornaram tão seus e os seus tão meus
Hoje temos sonhos em comum e sabemos respeitar o que faz cada um mais feliz.
Sinceramente não sabia que eu tinha tanta capacidade de amar como te amo!
Aprendi com você que distancia alguma separa o que é verdadeiro!
E só aprendi isso tudo quando pensei que estava te perdendo no momento que entrava nakele ônibus rumo a Campinas..
Chorei mais do que minhas glândulas lacrimais pudessem suportar, uma hora elas secaram e a certeza que tinha que lutar por você nascia ali...aquela hora...qdo não agüentava mais chorar...
Depois de tantos contratempos...depois de termos voltado e reatado...depois de 8 meses de separação sem saber se tinha me esquecido , vi que jamais em tempo algum você me tirou na sua cabeça e eu? Não tenha duvidas... meu beijos podem ter pertencido há outro mas meu coração jamais...
São 5 anos hoje !! uauu...5 anos mais perfeitos...com brigas...amor ... saudade!
Ciúmes, conversas , sorrisos, beijos e paixão..Isso sim é perfeição...
Mor jamais desista dos seus sonhos em função dos meus...sempre acharemos uma solução para que os dois saiam realizados e possamos juntos realizar os sonhos em comuns!
NEOQAV SEMPRE
[texto enviado por Luciana Maria]
***
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Beijos da Li, meninas!!!

Um amor maior que o de Romeu e Julieta

O amor de Romeu e Julieta não foi até as últimas, mal chegou às primeiras conseqüências e já se matou com um beijinho envenenado.Levar às últimas conseqüências é viver o amor que pode deixar de ser mito, ser sonho.<br />Shakespeare foi o pai do amor perfeito. Dele nasceu o casalzinho capaz de levar o amor às últimas conseqüência...ops! Quis dizer, às únicas conseqüências. O amor de Romeu e Julieta não foi até as últimas, mal chegou às primeiras conseqüências e já se matou com um beijinho envenenado.Levar às últimas conseqüências é viver o amor que pode deixar de ser mito, ser sonho.

Romeu não foi à casa da Julieta e ficou na sala, sentindo aquele climão, enquanto os pais da namorada o olhavam como se fosse um ratinho de laboratório a ser examinado. Nem Julieta brigou com a mãe para poder dormir na casa do namorado a primeira vez.

Romeu não esperou uma semana inteira no quartel, depois de um campo cheio de carrapato, frio, fome, formigas, sede, cansaço, cortes, sono, pereba e tudo que de ruim um campo pode ter, e ainda descobriu que estava de serviço no fim de semana. Julieta não ouviu do outro lado da linha que teria que ficar sozinha, enquanto suas amigas estavam histéricas esperando a hora de saírem com seus namorados para aquele barzinho que inaugurou.

Julieta não estava de TPM na semana de campo dele e começou a chorar de solidão, de angústia, se sentindo uma pata naquela calça que na loja lhe pareceu cair como num cisne branco e elegante; nem comeu um pacote de biscoito recheado de chocolate e se enterrou em depressão na cama.

Romeu não chegou no fim de semana seguinte na casa de Julieta e ela estava lindíssima, unha feita, cabelo cheiroso, blusa nova, saltinho e um sorrisinho lacivo que esconde todo os mistérios da programação do dia... Nem puxou-lhe, querendo dominá-la por inteiro, como consegue fazer num campo de batalha, não, não, ele sabe que nessa guerra é ele o rendido.

Julieta não passou pela experiência grotesca de falar boçalidades ao tentar não boiar no “dialeto militar” e matou os amigos dele de rir. E, pior, nem ela sabia porque eles riam e, pior do pior, o namorado lhe destina aquele olhar de pena. Há! Romeu não lhe disse com aquele orgulho de estufar o peito: “Eu estudo na AMAN” e Julieta não fez uma cara interrogativa de “socorro, preciso do meu Google”.

Romeu não teve que se mudar para outro estado e deixou para trás a garota que amava. Nem entrou no orkut dela depois e viu, no álbum de foto, Julieta com aquele vizinho playboyzinho escroto-ridículo-filho-da-mãe-mané ao lado dela e chorou. Não agüentou, mas as lágrimas vieram aos olhos, quis dar um chute, ou um soco com toda força na porta do mundo e gritar: Pára que quero descer. Ficou ali lendo os scraps sobre como a noite de ontem havia sido ótima para os dois pombinhos, como o churrasco da faculdade fora uma bombação... Até que saiu de perto do computador se sentindo naquele estado anestésico de quem sente falta do próprio corpo.

Romeu não olhou em volta do seu apartamento vazio sentindo a mutilação. Não estar com ela era faltar o melhor pedaço de si, a parte que lhe fazia rir, lhe proporcionava aquele estado eufórico de vivacidade. Era só o seu apartamento vazio, o seu carro na garagem, o seu emprego estável, a sua promoção eminente. Romeu não viveu para pegar um avião e tocar a campanhia do prédio de Julieta e ouvir da mãe dela que ela tinha saído sozinha.

Romeu não olhou para a livraria na esquina da rua e soube onde Julieta estaria. Entrou na loja com o coração pulsando tão forte que podia sentir a veia vertendo sangue quente na testa e no pescoço. E a viu. Tão linda, como se ela tivesse esse poder feminino de ficar ainda mais linda com o passar do tempo. Julieta de saia branca, camiseta rosa, recostada numa poltrona, com aquela mania de ler mexendo os lábios quando está interessante a leitura. Chegou por trás e tocou no cabelo loiro levemente ondulado de Julieta.

Julieta se matou muito antes e não quase gritou de susto quando se virou e deu de cara com o sorriso lindo e os olhos de um negro vivo de Romeu. Não podia crer: ele bem ali, se sentando do seu lado na poltrona e tomando o livro de sua mão:

_ Vai sair o novo do Harry Potter._ Comentou ele, enquanto folheava o livro em inglês, mais para ocupar as mãos e os olhos, porque nunca gostara daquele tipo de leitura, mas sabia muito bem do fascínio da namorada. Ex... Ah!Namorada, para ele eternamente namorada.

_ Eu sei._ Julieta toma o livro e levanta-se. Põe na prateleira e avisa que estava atrasada, repentinamente atrasada para... para... ah!Para ir até a casa da Nina buscar... Buscar... o seu caderno.

Romeu a segue. Não adiantaria ela apressar o passo porque resistência física era algo que ele tinha!

_Você não tem o que fazer não?_ Julieta pára, põe as mãos na cintura._ Por que vem aqui para me atormentar, hen? Já não foi embora me abandonando? Agora some!_ tentou continuar o caminho, mas foi puxada pelo braço._ Me solta, eu tenho um namor...

Beijou-lhe a boca sem muito tempo para brigas. Perdeu a paciência com a resistência e teve que levá-la para junto do muro. Conteve-a com as mãos firmes:

_Eu te amo. Eu te amo tanto. Eu vou enlouquecer sem você._ pegou-a pelo rosto._ Vem comigo, fica comigo para sempre?

_Você não ouviu o que eu disse? EU TENHO UM NAMORADO!

_Não! Você tem um estepe! Um cara que você está usando para me esquecer!

_Há! Deixa de ser ridículo, garoto! Volta pro seu quartel patético! Porque eu cansei de ficar no orelhão e ligar para lá e só dar ocupado. Cansei de ficar sozinha em casa. Cansei dos seus campos, das suas transferências, de..._ a voz embargou e os olhos de oceano, azuis brilhante e turbulentos desaguaram._ me deixa._ virou-se.

_ Cansou também das nossas viagens loucas?_ Romeu a seguiu mais atrás._ Cansou de deitar no meu colo para ver filme em dia de chuva, cansou do amor que a gente fazia no apartamento da Cris, cansou do meu cheiro, do meu jeito...?_ puxou-a para que ficasse de frente para ele, corpo a corpo._ Cansou de ser feliz?

_ Eu não cansei._ Ela olhava para o lado, perdida._ Foi você que foi embora e levou a minha felicidade.

Romeu nunca pensou que doesse tanto vê-la ir embora pela rua, atravessar sem olhar para trás, como um navio que vai ao longe e esquece o cais. E pareceu voltar de uma guerra perdida quando retornou para sua vida conquistada: apartamento-carro-vida-estável. Os dias se passaram cinzas, quando de manhã cedo ouve uma batida na porta. Se arrasta pelo corredor, arruma o cabelo com as mãos e tenta adaptar os olhos a claridade da luz da cozinha que acende. Olha pelo olho mágico e pensa que é um sonho o que vê. Abre a porta.

_Eu não pretendo lavar farda hen?!_Julieta entra e joga as malas num canto._ Nem pense que vai deixar copo na pia!_ apontou para a louça da janta de ontem.

Romeu com uma cara incrédula, um sorriso de felicidade plena, não se mexe, teme que seja um sonho e o despertador o acorde a qualquer momento. Julieta, então, lhe abraça, não consegue envolvê-lo por inteiro, por ser tão pequenina perto daquele gigante.

_Eu amo você. Não adianta, é só você, só com você..._ riu da própria loucura.

Romeu nunca deixou Julieta sozinha em casa para se virar com os filhos. Julieta nunca soube o que era dormir abraçada ao lado do seu amor já velhinhos os dois. Eles não tinham fotos de todas as viagens na estante da sala.

Porque isso seria amor, seria levar às últimas conseqüências. Romeu e Julieta preferiram não lutar, se entregaram a morte muito antes de viverem a realidade.
Para amar um militar e lutar pelo cara que mexe com a gente de verdade é preciso um amor muito maior que o de Romeu e Julieta, um amor que resista.

7.11.05

Mulheres do deserto

Por que essas mulheres sabem que deserto transforma um menino em homem, mas o retorno para os braços delas, faz de homens feitos apenas meninos. A vida das mulheres do deserto é dura. Trabalham sob o sol impiedoso, andam muitas e muitas léguas para buscar água no poço duas vezes ao dia, cuidam dos filhos, dos afazeres domésticos e tecem seus véus. Geralmente, elas não tem grandes expectativas. Exceto uma; o regresso de seus homens.

As mulheres do deserto são felizes. A vida delas é a eterna espera. Invocam deuses e deusas pela volta de seus amados, mas para elas a alegria é a mesma, tanto no retorno quanto na espera.

As mulheres do deserto aprendem desde cedo a serem pacientes. Entendem que no deserto não existe tempo. Horas, dias, anos...tanto faz.
Sabem que o deserto é caprichoso, mas sábio. E cedo ou tarde trará os homens de volta.
E esses homens, certamente, voltarão de cada jornada mais carinhosos que da ultima vez.

Porque essas mulheres sabem que deserto transforma um menino em homem, mas o retorno para os braços delas, faz de homens feitos apenas meninos.

Infeliz daquela mulher do deserto que não tem ninguém para ansiar pela volta. Que não tem nenhum homem que sonhe com ela em uma noite fria. Amaldiçoadas mulheres que não tem razão alguma para viver. Estas vêem com tristeza suas companheiras que sonham acordadas e suspiram apaixonadas todos os dias.

Eu não sou uma mulher do deserto. Eu peno com a distancia. Eu sofro com tempo. Este maldito e inconstante tempo, que teima em ser infinito na ausência e meteórico na presença.

Eu tenho inveja das mulheres do deserto.

[Enviado por Jaqueline Medeiros: "Este texto foi postado no meu blog (www.aquientrenos.weblogger.com.br) há alguns meses Escrevi em um dia de muita saudade e carência do meu namorado. Ele esta na Aman.É uma especie de metáfora entre as mulheres do deserto e as mulheres de militares. Abraços!"]


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Beijos, meninas!

A maior de todas as certezas

A maior dádiva da vida é sermos amados. Pois o amor é a força que nos move diante de todas as dificuldades!
"Agora que cinco anos se passaram e a longa caminhada se apresenta a findar, penso no que será daqui para frente. duvidas incertezas, o desconhecido nos espera... contudo, o futuro não apaga o passado e menos ainda o que o coração sente: este amor sempre presente que me sustentou nos momentos mais difíceis, as palavras de apoio e a firmeza,quando ameacei a fraquejar na jornada, a ternura e o carinho de sempre, que me acompanharam à montanha e a selva.. Por tudo isso, posso prometer-te: serás eterna em meu coração e eterna será minha gratidão e dedicação a ti.Hoje, nosso sonho: prosseguirmos na estrada da vida lado a lado,materializa-se em nossa pele, pois em nossos corações, já estamos percorrendo-a juntos há tempos, desde a primeira noite na "preparatória", quando ao ouvir a tua voz dizendo "boa noite, amor" percebi que nunca estaria sozinho. Estiveste todods os dia e noites ao meu lado. Ficam aqui eternizados o meu muito obrigado e a maior de todas as minhas certezas: a de que te amo."

(Texto escrito pelo na época asp cav STUTZ)

[Enviado por Fernanda: "isso estava no convite da formatura de espada do ano de 2003(formatura do meu irmão) em agradecimento as namoradas e eu achei lindo..."]


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Envolvimento

 Não há envolvimento sem entregaMuita gente está assustada com a possibilidade de se envolver e perder a liberdade conquistada. De um lado as mulheres buscam homens mais compreensivos, de outro, os homens querem mulheres menos possessivas. O mesmo acontece no trabalho, um profissional que não está atualizado, disposto a desafios e apto para mudanças é, rapidamente, substituído por outro. O fato é que, se queremos viver um relacionamento gostoso, porém verdadeiro, seja no casamento, namoro, ou em poucas horas, devemos aprender a nos aceitar como somos e olhar para o companheiro como um caminho para o crescimento.
Estar com alguém plenamente é a possibilidade de vencer o medo da entrega e de se conhecer no íntimo. Conviver com alguém que amamos é o mesmo que comprar um imenso espelho da alma, no qual, cada um de nossos movimentos é mostrado, sem a mínima piedade. E, é aí que começa o inferno... Ao invés de encarar a verdade e de ver a imagem temida do verdadeiro "eu", tenta-se quebrar o "espelho". Como? Fugindo da intimidade, culpando o outro, não assumindo as próprias responsabilidades e desacreditando o amor. Viver com quem se ama não é apenas uma oportunidade de conhecer o outro, mas é a maior chance de entrar em contato consigo mesmo. Apenas quando nos vemos é que percebemos o medo de nós mesmos e nos aceitamos como realmente somos. Começamos, então, a nos capacitar para o amor. O único jeito de amar é buscando a sinceridade.
Infelizmente, com o passar dos anos o amor tem sido muito mais estratégico do que espontâneo. Nas revistas femininas via-se muito esse tipo de atitude: "se ele fizer isso, faça aquilo", o que foi minando a espontaneidade do amor. Nós temos que redescobrir a forma de amar, a naturalidade do relacionamento amoroso. As pessoas precisam ter interesse genuíno no outro.Todas as maneiras de amar devem ser naturais. Quem fica estudando demais o outro, "mata" a possibilidade de amar alguém. O mundo é feito de absurdos e encontros, os absurdos fazem parte, porém, devemos entender que é possível ser feliz, acreditando dia-a-dia na naturalidade dos sentimentos. Um dia, perguntaram a um grande mestre quem o havia ajudado a atingir a iluminação; e ele respondeu: "Um cachorro". Os discípulos, surpresos, quiseram saber o que havia acontecido, e o mestre contou: "Certa vez, eu estava olhando um cachorro, que parecia sedento e se dirigia a uma poça d'água. Quando ele foi beber, viu sua imagem refletida. O cachorro, então, fez cara de assustado, e a imagem o imitou. Ele fez cara de bravo e a imagem o arremedou. Então, ele fugiu de medo e ficou observando, durante longo tempo, a água. Quando a sede aumentou, ele voltou, repetiu todo o ritual e fugiu novamente. Em um dado momento, a sede era tanta que o cachorro não resistiu e correu em direção à água, atirou-se nela e saciou sua sede. Desde então, percebi que, sempre que eu me aproximava de alguém, via minha imagem refletida, fazia cara de bravo e fugia assustado. E ficava, de longe, sonhando com esse relacionamento que eu queria para mim. Esse cachorro me ensinou que eu precisava entrar em contato com minha sede e mergulhar no amor, sem me assustar com imagens que eu ficava projetando nos outros". Esse é o ingrediente básico para o amor, o auto conhecimento. Projetar nossos desejos ou nossas "fobias" no outro, apenas causa uma relação de dependência ou doentia, como o desenvolvimento do ciúme ou competição. Permita-se amar.As pessoas vivem fazendo comparações entre elas mesmas e os outros. Comparam também as pessoas entre si. O tempo todo ficam imaginado que, se algo fosse diferente no parceiro, ele seria melhor. Quando você entra no jogo da comparação, sempre, há alguém que sai perdendo. E, geralmente, quem sai perdendo é você mesmo. Ao se comparar, você fica impedido de ver quanto você é o único e especial. Muitas vezes, as pessoas se sentem agredidas pelos atos negativos do seu companheiro. As características básicas das pessoas que procuramos coincidem, ou se opõem, na maioria das vezes, às de alguma pessoa especial e importante da nossa infância.
Quando iniciamos uma relação geralmente, vemos o outro como uma pessoa diferente dos parceiros anteriores e muito especial. Porém, à medida que os problemas vão surgindo, começam as comparações com o último relacionamento e, depois de algum tempo, reafirma-se a crença negativa de que amar não dá certo. Dessa maneira, é muito fácil, por exemplo, o casamento entornar em pouco mais de dois anos. O grande desafio é, justamente, nos desvencilhar da imagem projetada que fazemos de nós mesmos e de quem está ao nosso lado, nos permitindo aceitar as maravilhosas qualidades do ser humano e os defeitos também.
Quando, num relacionamento, não estamos amando o outro, mas, a imagem que construímos e buscamos encontrar, e essa imagem cai, permitindo-nos vê-lo exatamente como é, há um desinteresse, um desencanto. Enquanto vivermos sob o domínio da neurose, com sistemas de comparações, jamais amaremos alguém com a intensidade de que idealizamos. Amamos nos sonhos e ficamos sozinhos quando acordados. Há uma frase de que gosto muito diz: "o casamento dá certo para quem não precisa de casamento". Normalmente, a compulsão de casar e de viver junto nascem de uma dependência. As pessoas esperam um complemento. Essa não é a função de um relacionamento, o outro não vai preencher uma lacuna, mas sim, ajudar a desenvolver o que elas não têm. Infelizmente, a maior parte das pessoas odeia sua própria companhia e vê no outro uma forma de "salvação". Devemos perceber que a única maneira de amar o outro é nos amando. A medida em que você vai desenvolvendo a paz, mais você vai gostando de ficar com você e seleciona melhor seu possível companheiro. Se a pessoa tem baixa auto-estima, usará o outro para "tapar o buraco" de suas carências, no entanto, ninguém resolve a carência de ninguém.
Conviver e saber aceitar a idéia de que qualquer relacionamento pode acabar é a chave para o amor saudável e construtivo. Tentar dominar o parceiro com medo da perda, só faz com que ele se afaste ainda mais. Esse é outro grande desafio da arte de amar: lidar com a possibilidade da perda, sem dominar o outro.
[Roberto Shinyashiki]
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Beijos, meninas!!

4.11.05

Mulher de Militar

Deus estava às voltas com a tarefa de construir um exemplar humano do sexo feminino e de um modelo denominado “Mulher de Militar”. Estava já com uns seis dias de atraso com relação à data de entrega do pedido, quando a ele se apresentou um anjo e lhe disse: - “Senhor, parece que tens muitos problemas para terminar este protótipo. Por que não o fabricas seguindo os planos normais dos demais modelos?”.

Deus lhe respondeu: “Por acaso não vistes as especificações deste modelo? Tem que funcionar perfeitamente ainda que esteja sozinha, pelo tempo que for necessário, portanto, deve saber desempenhar as responsabilidades de pai e de mãe, ser uma perfeita anfitriã para quatro ou quarenta pessoas com apenas uma hora de áviso, conformar-se com muito pouco, resolver sem um manual que lhe sirva de guia, a qualquer emergência que se apresente, ser capaz de manter-se alegre e com excelente ânimo ainda que estando enferma ou com náuseas durante uma gravidez e deva ser capaz de mudar-se a diferentes cidades em pouco tempo, sem que isso esteja no planejamento.

Ah, já ia me esquecendo... deve ser seis pares de mãos”.
O Anjo balançou a cabeça de lado a outro e disse: “Seis pares de mãos, impossível. Tu és Todo Poderoso, podeis faze-lo, mas não ficaria estético!”
Deus lhe respondeu: “Tens razão, não seria bem vista. Mas não te preocupes. Para compensar, criarei muitas outras mulheres de militares para que se ajudem mutuamente quando da ausência de seus parceiros. Além disso, lhe colocarei um coração excepcionalmente forte para que possa encher-se de orgulho com as conquistas do seu companheiro, agüentar a aflição das separações prolongadas, palpitar compassadamente ainda que esteja cansado por excesso de trabalho e ser suficientemente grande para que lhe faça dizer compreendo quando não compreende, ou eu te amo quando de um desentendimento”.

“Senhor”, disse o Anjo, tocando-lhe o braço suavemente, “Estais muito cansado, por que não te deitas e descansas um pouco? Amanhã podereis terminar este projeto”.
“Agora não posso parar”, disse Deus. “Estou a ponto de curar algo que será único em sua classe. Já consegui fazer com que este modelo possa curar-se a si mesma quando esteja enferma, atender a seus hóspedes inesperados de fim de semana, dizer adeus àqueles que ama, sendo de um cais, de um pátio de um quartel ou de uma pista de base aérea, e entender o quanto é importante que ele se vá nessa viagem deixando-a só”.

O Anjo então, voou em redor do protótipo de uma mulher de militar, observando-a atentamente. Como um gesto de desesperança levantou os olhos e após um longo suspiro disse: “Me parece bem, mas... um tanto frágil, não?”.

Por último, o Anjo se inclinou até a criatura e passando o dedo em sua face notou-a úmida. “Há escape de fluído” – disse. “Ou foi mal desenhada, ou há algo errado na construção. Eu não me surpreendo que tenha rachado, por que Tu colocaste muitas coisas dentro deste modelo”.
O Senhor franziu o cenho, ofendido pela falta de confiança do Anjo e lhe disse: “O que estais vendo não é escape de fluído, é uma lágrima”.

“Uma lágrima?” “O que é uma lágrima?” “Para que serve?” – perguntou o Anjo.
Deus lhe respondeu: “Serve tanto para os momentos de alegria como para os de tristeza, os de orgulho e os de dor, os de satisfação e os de frustração. E, além disso, uma demonstração visível de todos os valores morais e cívicos que ela e o seu companheiro defendem”.
“Senhor, creio que esta lágrima é realmente um acessório excepcional, o mais versátil de todos os que até agora colocastes neste ser. Tu és realmente genial”. Exclamou o Anjo.

E Deus, com fisionomia de espanto, contestou:

“Mas não fui eu quem colocou esta lágrima aí...”.

[texto enviado por Ana Carolina Rodrigues]

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Beijocas da Li!!!

Esposa de soldado

O equilíbrio da vida é fazer o que amamos, mesmo que isso seja incoerente
Será que você tem idéia
sobre a chama de luta e de epopéia
que mantemos acesa em nossos lares?
Será que vocês sabem com justeza as circunstâncias
em que vivem as esposas militares?


A nossa vida é um misto emocionante
de cigano, guerreiro, bandeirante
sempre longe dos entes mais queridos
companheiras das lutas dos maridos
a seguí-los por ásperos caminhos
achando rosas onde houver espinhos

nossa vida é feita de saudades,
de reminiscências, de sustos e de esperas
pertencemos a todas as cidades,
conhecemos verões e primaveras
dos rincões desta terra, o mais distante
nesta vida de errante menestrel!

Nós vivemos em todos os quadrantes
sendo sempre as figuras mais vibrantes
onde houver a corneta de um quartel

Os nossos corações não têm raízes
e a nossa alma não possui fronteiras
trazemos no sotaque as mil matizes,
de toda a nossa terra brasileira

nos sentimos tranqüilas e felizes
apesar do destino vagabundo
de vivermos um pouco em cada estado
pois não há nada, nada neste mundo
melhor que ser esposa de um soldado.
[poesia enviada por Carol]

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p.s:(Alguém ai tem histórias engraçadas? Loucuras de amor? Como começaram a namorar? Conta pra gente!) amormilitar@yahoo.com.br (enviem!)

Beijos, meninas!!!


1.11.05

Parte e todo

Como numa caixa registradora daquelas antigas, em que os números ficavam rodando até parar em um algarismo, o exército americano notificou ao Presidente Bush: 2000 soldados morreram no Iraque. Parece que o número redondo evoca nas pessoas um impulso para comemoração ou reflexão. Aí elas escrevem livros, criam documentários, editam cadernos especiais nos jornais para relembrar as décadas ou centenários de tudo.


Bush decidiu por um almoço, afinal, ele é um homem prático. Reuniu as esposas dos militares para dizer-lhes que “pela memória dos que morreram, era preciso chegar até o fim”, traduzindo: é necessário que ainda mais militares morram. Como todo momento de memória pede um tom emocional, Bush até deixou os olhos marejarem, fez a voz embargada digna de um Oscar para seu marqueteiro.

Mas a memória mesmo estava no coração de cada mulher. Memória que não continha a celebração de um marco histórico, científico ou tecnológico para a humanidade. Era uma lembrança do dia-dia simples, recordações com voz de “boa noite”, com risos de crianças pulando na cama na manhã de Natal, com cheiro de churrasco em festa de aniversário, com um toque de mãos que puxam para um abraço em dias de frio. Saudade.
Saudade é esse segundo que tenta acontecer e não consegue.

Elas sabiam da possibilidade da morte. As mulheres de um civil podem contar com o imponderável: um acidente ou uma doença, mas nunca esperam que aconteça. Mulher de militar, pelo contrário, sabe dos seus 50% de chance que a sorte lhe reserva. E, por que, então, meu Deus, se lançar num amor que pode ser empurrado para a morte?

Porque amor não bate na porta para perguntar se há vaga para aquele perfil de hóspede que chega. Amor é um tio inconveniente que já despeja as malas na cozinha e sai metendo a mão na panela para pegar a coxinha de galinha. E depois que ele vai embora, percebe-se que já era parte da família e fica a presença de uma ausência.

Se vale a pena, então, esse amor?

Lembro da cena do filme Cidade dos Anjos, em que o anjo, já transformado em homem, ouve a pergunta do outro anjo: “Se sabia que ela era mortal, que podia morrer, por que, então perdeu sua imortalidade para ficar com ela?” Ele responde: “Porque antes tocá-la uma vez, do que toda a eternidade sem ela”.

Bush levanta-se e volta para sua Casa Branca, tem muita coisa importante para fazer, assinar papéis que destinem mais dinheiro para comprar armas, para fazer girar os números na máquina que conta sempre menos um. As mulheres também se levantam e vão para suas casas, pegam seu “John” e sua “Mary” pela mão e continuam educando, levando a escola, protegendo, pois no rosto de cada um ficou a lembrança física de alguém que não está mais entre eles, mas que ficará para sempre. Bush não vai saber nunca qual o valor de nenhum deles, mas elas, ah, elas sim sabem. E a vida segue.

Não importa o
O abraço quente de cada retorno fica na memória. quanto nos chamem de doidas, sofredoras, ou nos rotulem. Nós sabemos muito bem a alegria de quando eles voltam de cada campo para nós. Cheios de carrapato, com caspa, com cortes pelo braço, com calos nas mãos. Não há tempo para dar uma de Barbie, pois a única coisa que queremos é um abraço muito apertado desses loucos, desses homens que para nós sempre vão ser meninos. E aquele hambúrguer com refrigerante parece a melhor comida do mundo ao lado deles, o simples passeio de mãos dadas na rua é quase um evento, tudo porque o que era parte volta a virar todo.p.s: Meninas, para enviar um texto para o blog, basta mandar para: amormilitar@yahoo.com.br. Beijos da Li!