23.12.05

Seu amor é tenis ou frescobol?


O tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no erro: o outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador tem a exata noção do ponto fraco do adversário, e é justamente para aí que vai dirigir a sua cortada _ palavra muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é de cortar, interromper, derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado para fora do jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.O frescobol se parece muito com o tênis, dois jogadores, duas raquetes e uma bola.Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra_ pois o que se deseja é que ninguém erre. O erro de um, no frescobol, é como a ejaculação precoce: um acidente lamentável que não deveria ter acontecido, pois o gostoso mesmo é aquele ir e vir, ir e vir, ir e vir... E o que errou pede desculpas e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância, começa-se de novo esse delicioso jogo em que ninguém marca pontos...A bola: são as nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonho pra lá, sonho pra cá...Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebata-lo, como bolha de sabão... O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde.Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração. O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem_ cresce o amor... Ninguém ganha para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim...Já dizia o filósofo Nietzche: “Ao pensar sobre a possibilidade do casamento cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: “Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até a sua velhice?”.
(Rubem Alves)
p.s: O sonho do seu militar pode mudar de lugar de 2 em 2 anos... Não pense demais, vá junto. Deus não vos fez árvore com raiz, te deu pernas, seja viajante. A vida é tão curta.
Beijos para todos!

10.12.05

Férias a dois

Ao chegar, farda molhada de chuva, mala no chão, mãos de calos, um sorriso, ele me olhou de um jeito tão intenso... Ao me envolver no abraço de gigante, eu, tão pequena, frágil, sua menina, quis ficar ali até a eternidade. Mas o que temos são dias contados. As férias começam e cada segundo é valioso para quem sabe o que é um amor à quilômetros, um gostar que espera no portão de embarque, um sentimento que precisa saber deixar ir. Agora, todo esse sentir pode se materializar num beijo quente, intenso; abraço com mãos, suor, paixão. A partida parece tão longe que dá até para se “mal acostumar” e achar que ele vai bater no portão todo dia para passear de mãos dadas, para ser o namorado normal, mas não vai. Nem por isso será tudo menos intenso, afinal, o amor militar sabe viver seus campos com vigor.O sorvete na padaria, a pipoca na pracinha, o pôr-do-sol na praia, as noitadas dançantes... Dá até vontade de fechar os olhos e pedir para o Papai Noel que isso não acabe nunca mais. Ficam fotos nos porta-retratos, cartões na caixa e belas imagens na lembrança. Porque, para os que não perceberam, o amor é feito disso: momentos. Não os perca, nem um segundo.

Uma linda férias a dois para todos os casais.

p.s: Como foi a chegada do seu amor? Escreva para nosso blog: amormilitar@yahoo.com.br